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PM desativa ao menos 8 artefatos explosivos na praça dos Três Poderes

Por Cézar Feitoza e Renato Machado / Folhapress

A Polícia Militar do Distrito Federal desativou ao menos oito explosivos encontrados na região da praça dos Três Poderes, em Brasília, durante a madrugada e manhã desta quinta-feira (14).

Também foram encontrado artefatos na residência que Francisco Wanderley Luiz alugou em Ceilândia, uma região administrativa do Distrito Federal. Eles estavam perto de uma janela e um outro dentro do fogão.

A corporação informou que o trabalho de varredura foi concluído ainda nesta quinta-feira. As investigações agora ficam a cargo da Polícia Federal.

Ao longo do trabalho, estampidos foram ouvidos em alguns pontos da praça dos Três Poderes.

Em um dos casos, na área do estacionamento do anexo 4 da Câmara dos Deputados, foi preciso detonar o explosivo.

Em outros três foi possível efetuar a desativação, com uma detonação controlada. Dois desses explosivos estavam no cinto de Francisco Wanderley Luiz, que morreu na noite anterior após se explodir por meio do acionamento de uma bomba em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal). Um outro perto de seu corpo.

A varredura foi feita por policiais militares na Esplanada dos Ministérios e adjacências. O STF também passou por uma investigação sobre possíveis riscos durante a manhã desta quinta, com entrada ao prédio proibida.

Residências dos ministros foram revistadas. Regularmente, elas já são acompanhadas via equipamentos de segurança e presencialmente por agentes da polícia judiciária. A vistoria nesta quinta, mais criteriosa, não identificou qualquer risco.

O Supremo recebeu, nesta quinta-feira, oito e-mails de comemoração ao atentado. As mensagens diziam que Francisco era um “mártir contra a escória do STF” e que o ataque iniciado por ele seria finalizado. O tribunal tenta identificar os autores dos e-mails —todos usaram mecanismos para mascarar a identidade— para enviar um relatório para a Polícia Federal.

O corpo de Francisco seguiu na praça dos Três Poderes no começo da manhã e foi removido pouco após as 9h, cerca de 13 horas após as explosões, depois de a polícia assegurar a desativação de todos os artefatos suspeitos próximos ao corpo dele para retirá-lo do local.

Francisco Wanderley Luiz, 59, é chaveiro e disputou a eleição de 2020 com o nome de urna Tiü França, em Rio do Sul (SC), mas não foi eleito. Antes de morrer, publicou uma série de mensagens sobre o ataque, misturando declarações de cunho político e religioso.

As autoridades de segurança começaram a liberar a Esplanada dos Ministérios para veículos e para o trânsito de pessoa no fim da manhã. A área onde ficou o corpo do autor do atentado foi lavada, com o auxílio de um caminhão de água e com funcionários da limpeza esfregando o chão.

Momentos depois, grupos de turistas voltaram a frequentar a Praça dos Três Poderes.

O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, anunciou que manterá as grades de proteção por tempo indeterminado após as explosões. Elas haviam sido retiradas no ano passado.

No outro extremo da praça, o governo Lula vem defendendo, por sua vez, que não irá recolocá-las, mesmo após as explosões. A avaliação é que as grades carregam um componente simbólico e que posicioná-las poderia significar intimidação frente aos ataques à democracia.

Em imóvel ligado a Francisco em Ceilândia, região administrativa de Brasília, o GBE (Grupo Especializado em Bombas e Explosivos) da Polícia Federal foi acionado, com agentes e equipamentos utilizados em casos de ameaças de bomba.

Às 3h, duas pequenas explosões foram ouvidas no local, seguidas de fumaça. Normalmente, elas são utilizadas para inviabilizar de forma controlada o possível artefato explosivo.

Fonte: TNH1

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