As primeiras medidas de investigação da Polícia Federal sobre as explosões registradas na área central de Brasília, na noite de quarta-feira (13), indicam que o autor do atentado mantinha um grande número de explosivos na casa alugada por ele em Ceilândia, no Distrito Federal.
Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, uma gaveta nesse imóvel gerou uma “explosão gravíssima” ao ser aberta por um robô antibombas da corporação.
Em razão dessa medida de segurança, ninguém foi ferido pelo artefato. A parte interna da casa ficou destruída.
“Felizmente, utilizamos a boa doutrina da nossa instituição e da Polícia Militar também para fazer entrada nesse tipo de ambiente. E entramos com o robô, nosso robô antibombas. Entramos na residência, o robô entrou na residência e a ato contínuo ao abrir uma graveta para fazer a busca, houve uma explosão, uma explosão gravíssima. Salvou a vida de alguns policiais que se tivessem ingressado na residência, certamente não sobreviveriam àquela intensidade da explosão”, disse.
“Então, na residência encontramos também outros artefatos. Muitos, até pela sensibilidade, têm que ser destruídos. E outros materiais que coletamos, eu diria que de muita relevância”, prosseguiu.
Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, disparou uma série de artefatos na área em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) – e morreu no local, em seguida, após ser atingido por uma das explosões.
O corpo só foi retirado do local na manhã desta quinta, 13 horas após as detonações. Até o fim da manhã, policiais ainda detonavam artefatos e pacotes suspeitos encontrados em um trailer próximo à Esplanada dos Ministérios e na casa alugada pelo homem no DF.
Grupos extremistas seguem ativos, diz Andrei – Andrei Rodrigues afirmou, na entrevista coletiva, que a conduta de Francisco Wanderley Luiz aponta que os grupos extremistas responsáveis por atos similares em anos anteriores seguem ativos.
“Quero fazer um registro da gravidade dessa situação que nós enfrentamos ontem. Que apontam que esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Não só a Polícia Federal, mas todo o sistema da Justiça Federal. Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações”, disse.
A Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) devem assumir as investigações – a cargo, inicialmente, da Polícia Civil do Distrito Federal.