O Qatar desistiu de tentar mediar um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas até que eles demonstrem disposição para negociar de fato, afirmou uma pessoa com conhecimento das tratativas à agência de notícias Reuters neste sábado (9).
A decisão se dá após meses de esforços inexitosos do país para pôr fim à guerra na Faixa de Gaza —ele atuava na mediação do diálogo entre as partes hostis ao lado dos Estados Unidos e do Egito.
A única vez em que elas concordaram com uma trégua foi há um ano, contudo, quando mais de cem pessoas sequestradas pelo Hamas em meio aos ataques do 7 de Outubro voltaram para suas casas. Em contrapartida, Israel libertou 210 mulheres e crianças prisioneiros palestinos.
O país do Golfo também concluiu, segundo a pessoa que falou à Reuters, que o escritório político do Hamas em Doha “não serve mais a seu propósito”.
Não há confirmação de que o espaço será fechado oficialmente. Um integrante da cúpula do Hamas disse à agência AFP que o grupo não recebeu “nenhum pedido para sair” de Doha, onde o escritório funciona desde 2012.
O Qatar comunicou a decisão às duas partes e ao governo dos EUA, do qual é aliado. O país do Oriente Médio também enviou sinais de que pode voltar à negociação se as partes demonstrarem mais abertura ao diálogo.
A guerra na Faixa de Gaza completou um ano no mês passado. O conflito eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando um ataque do grupo terrorista islâmico ao sul de Israel resultou na morte de mais de mil pessoas.
A resposta israelense no território palestino desde então deixou mais de 43 mil pessoas, segundo os cálculos de autoridades de saúde locais, ligadas ao Hamas.