Aeroportos na França tiveram de ser esvaziados pelo terceiro dia consecutivo nesta sexta-feira (20) após novas ameaças de atentados. O país europeu está em estado de alerta para atos terroristas em meio à guerra entre Israel e a facção extremista Hamas e desde que um professor foi assassinado em território francês, no último dia 13, num suposto ataque islâmico radical.
Autoridades disseram que, no total, 14 aeroportos franceses receberam alertas de bomba. Três deles, nas regiões de Bordeaux, Rennes e Lille, tiveram de ser esvaziados, e voos foram cancelados.
A França está em estado de alerta desde que um professor foi esfaqueado e morto, na semana passada, na cidade de Arras. O criminoso teria gritado “Allahu Akbar” (Alá é grande, em árabe), disseram membros da prefeitura e da polícia à agência de notícias AFP. Segundo a polícia, o homem é de origem tchetchena e já é conhecido por órgãos de segurança pelo envolvimento com o islamismo radical.
Desde então, os alertas de bomba multiplicaram-se em escolas, aeroportos e locais turísticos, incluindo o Palácio de Versalhes, que também teve de ser esvaziado nos últimos dias. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, afirmou na noite desta quinta (19) que 18 pessoas foram detidas sob a suspeita de envolvimento nos episódios.
O ministro da Justiça, Éric Dupond-Moretti, disse nesta sexta que as autoridades abriram 22 investigações e criticou alertas falsos feitos por “meninos” que “não têm sentido de responsabilidade”.Em Saint-Ouen-l’Aumône, cerca de 27 quilômetros a noroeste de Paris, um estudante de 16 anos foi detido por mentir sobre uma bomba em sua escola, que teve de ser esvaziada, disseram autoridades policiais à AFP.
As autoridades alertam que as penas por avisos falsos de bomba podem chegar a 2 anos de prisão e uma multa de € 30 mil euros (R$ 160,5 mil).
Outros países da Europa também vêem o reflexo da guerra. O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido afirmou na quarta que está aconselhando seus cidadãos a não viajarem para o Líbano devido aos riscos associados ao conflito. A pasta também incentivou os cidadãos britânicos atualmente no país a retornarem “enquanto opções comerciais ainda estão disponíveis”.
Já na Alemanha, foram registradas pichações da estrela de Davi nas portas de algumas casas, ação que remonta à perseguição sofrida por judeus durante o regime nazista no país. Na década de 1930, marcações semelhantes eram feitas para sinalizar a presença dos judeus, em uma atitude discriminatória.
Segundo o jornal britânico The Telegraph, ao menos quatro casos foram reportados à polícia do país nos últimos dias, dois deles em casas onde residiam judeus.
Do outro lado do oceano, nos Estados Unidos, o governo emitiu nesta quinta (19) um alerta de segurança global para seus cidadãos fora do país em razão do que chamam de “tensões elevadas em vários lugares do mundo”.
Nesse cenário, Washington vê um risco aumentado de ataques terroristas, e possibilidade de protestos e ações violentas tanto contra cidadãos americanos quanto contra interesses do país.
A recomendação do Departamento de Estado é que os cidadãos americanos exerçam cautela em locais frequentados por turistas, se inscrevam em programas para receber alertas sobre riscos e facilitem sua localização em caso de emergência, além de acompanharem novas informações fornecidas pela pasta.