As Forças Armadas de Israel atingiram os bairros ao redor de Beirute, capital do Líbano, com uma nova onda de ataques aéreos nesta sexta-feira, madrugada de sábado no horário local. Testemunhas ouvidas pela agência de notícias Reuters relataram mais de 20 bombardeios diferentes ao longo da madrugada.
Milhares de pessoas deixaram suas casas e se reuniram em praças, parques ou áreas costeiras do centro de Beirute para tentar se proteger. Desde que Israel aumentou os ataques contra o Hezbollah no Líbano há cerca de uma semana, mais de 100 mil libaneses tiveram que abandonar suas casas, e cerca de 700 morreram.
O governo do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu disse que sua guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza entrou em uma nova fase com o objetivo de eliminar a ameaça que o Hezbollah representa para os moradores do norte de Israel —70 mil estão fora de suas casas por conta de ataques do grupo.
Os ataques da madrugada de sábado contra o Líbano acontecem horas depois de um bombardeio israelense destruir o quartel-general central do Hezbollah nos arredores de Beirute, em uma aparente tentativa de matar o secretário-geral do grupo armado, Hassan Nasrallah. O paradeiro de Nasrallah é desconhecido, e não se sabe se ele sobreviveu ao ataque.
Sete prédios foram destruídos com o bombardeio, que utilizou munições capazes de penetrar bunkers, e pelo menos seis pessoas morreram e outras 91 ficaram feridas. Segundo o governo do Líbano, esse número ainda deve aumentar. Esse foi o quarto ataque de Israel contra subúrbios de Beirute em apenas uma semana, e o mais pesado desde a guerra de 2006 entre o Hezbollah e Tel Aviv.
Israel ordenou que moradores de bairros no sul de Beirute se retirem, afirmando que vai mirar depósitos de armas do Hezbollah localizados sob prédios residenciais. O grupo armado nega que tenha depósitos em áreas civis.
Ao atacar o coração do Hezbollah, uma semana depois de decretar o fim da paciência com os ataques do grupo em apoio ao Hamas palestino na guerra na Faixa de Gaza, Israel deu sua maior cartada até aqui no conflito, para o qual admite até uma invasão do Líbano.
A ação em Beirute ocorreu logo depois do discurso belicista do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Na fala, ele prometeu derrotar os terroristas palestinos e continuar seus ataques contra o Hezbollah até chegar a “seus objetivos”. Sua volta a Israel foi adiantada.