O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou uma nota nesta segunda-feira (23) em que condena “nos mais fortes termos” os ataques aéreos de Israel contra áreas civis no Líbano.
No texto, o Ministério das Relações Exteriores ainda reprova as declarações de autoridades de Tel Aviv em favor de operações militares e da ocupação do território libanês, expressando “grave preocupação ante exortações do governo israelense para que civis libaneses evacuem suas residências” nas regiões atingidas.
Tel Aviv lançou nesta segunda (23) sua maior ofensiva aérea contra o território do Líbano desde o início da guerra Israel-Hamas. Segundo dados do Ministério da Saúde libanês, bombardeios contra 1,1 mil alvos pelo país mataram ao menos 492 pessoas e feriram outras 1.645.
Entre os locais atingidos estáo vale do Bekaa, que fica distante da fronteira conflituosa e vinha sendo poupado. A capital, Beirute, também foi afetada, esta pela segunda vez em menos de uma semana.
Além de repudiar as ações de Israel, a nota do governo brasileiro renova o apelo para que as partes envolvidas no conflito cessem de maneira imediata os ataques, “de forma a interromper a preocupante escalada de tensões que ameaça conduzir a região a conflito de amplas proporções, com severo impacto negativo sobre populações civis”.
O Itamaraty afirma, por fim, que a embaixada brasileira em Beirute segue prestando assistência e fornecendo as devidas orientações à comunidade brasileira no país, acrescentando que mantém contato permanente seus membros.
“O governo brasileiro acompanha com preocupação e atenção o impacto do conflito para a comunidade. Reitera-se a recomendação aos brasileiros para deixarem a área conflagrada”, afirma o texto.
Os ataques aéreos israelenses acontecem uma semana depois da série de explosões em pagers usados por membros do grupo fundamentalista Hezbollah. Os incidentes lançaram a região do Oriente Médio em uma nova fase de convulsão e conflitos.
O governo libanês e o Hezbollah acusaram Israel pelo ataque. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, não assumiu a ação diretamente, mas disse neste domingo (22) que seu país atingiu o grupo armado libanês “de formas que eles não poderiam imaginar”. “Se eles ainda não entenderam o recado, eu prometo, eles vão entender”, afirmou o premiê.
Na sequência, ainda no domingo, Israel e o grupo Hezbollah realizaram uma intensa troca de mísseis e foguetes, escalando a tensão na região.