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França protesta contra Michel Barnier, novo premiê – 07/09/2024 – Mundo

Milhares de pessoas foram às ruas em toda a França neste sábado (7) para protestar contra a decisão do presidente Emmanuel Macron de nomear o centro-direita Michel Barnier como primeiro-ministro. Partidos de esquerda o acusam de roubar as eleições legislativas.

Macron nomeou Barnier, de 73 anos, conservador e ex-negociador do Brexit da União Europeia, como primeiro-ministro na quinta-feira (5), encerrando uma busca de dois meses após sua decisão mal sucedida de convocar uma eleição legislativa que resultou em um parlamento dividido em três blocos.

Em sua primeira entrevista como chefe de governo, Barnier disse na sexta-feira (6) à noite que seu governo, sem maioria clara, incluirá conservadores, membros do campo de Macron e ele espera alguns da esquerda.

Barnier enfrenta a tarefa assustadora de tentar impulsionar reformas e o orçamento de 2025, já que a França está sob pressão da Comissão Europeia e dos mercados de títulos para reduzir seu déficit.

A esquerda, liderada pelo partido de extrema-esquerda LFI (França Insubmissa), acusou Macron de negação da democracia e de roubar a eleição depois que o presidente francês se recusou a escolher o candidato da aliança NFP (Nova Frente Popular) que ficou em primeiro lugar na votação de julho.

O instituto de pesquisa Elabe publicou uma pesquisa na sexta mostrando que 74% dos franceses consideravam que Macron havia ignorado os resultados das eleições, com 55% acreditando que ele as havia roubado.

Em resposta à nomeação de Barnier —cujo partido de centro-direita Les Republicains é apenas o quinto bloco no parlamento com menos de 50 parlamentares—, líderes de partidos de esquerda, sindicatos e entidades estudantis convocaram protestos em massa no sábado antes de novas ações, incluindo possíveis greves em 1º de outubro.

O partido LFI disse que 130 protestos ocorreriam em todo o país.

Barnier continuava as consultas no sábado enquanto busca formar um governo, um trabalho complicado, pois enfrenta uma possível votação de desconfiança, especialmente com um projeto de orçamento urgente para 2025 a ser discutido no parlamento no início de outubro.

NFP e o partido de extrema-direita RN (Reunião Nacional) juntos têm maioria e poderiam destituir o primeiro-ministro por meio de uma votação de desconfiança, caso decidam colaborar.

O RN deu sua aprovação tácita para Barnier, citando uma série de condições para não apoiar uma votação de desconfiança, tornando-se o fiel da balança para o novo governo.

“Ele é um primeiro-ministro sob vigilância”, disse o líder do partido RN, Jordan Bardella, ao canal de TV BFM no sábado. “Nada pode ser feito sem nós.”

Fonte: Folha de São Paulo

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