Confira a seguir os principais assuntos abordados no X, antigo Twitter, que está suspenso no Brasil após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
DENÚNCIAS
Um dos assuntos em alta no X, na manhã desta sexta (6), o nome do ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania) foi tema de posts, nas últimas horas, de parlamentares da oposição. Na quinta (5), o site Metrópoles noticiou que o ministro foi denunciado à organização Me Too Brasil por supostos episódios de assédio sexual, inclusive contra a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial). Ele nega.
“A acusação contra Silvio Almeida é grave! Esperamos do governo e das instituições uma investigação séria e isenta. Enquanto líder da oposição, cobramos o seu imediato afastamento, até que as investigações sejam concluídas”, postou o senador Marcos Rogério (PL-RO) na noite de quinta.
CASAL MORO
De volta ao ex-Twitter nas últimas horas, a deputada Rosangela Moro (União-SP) também se dedicou ao caso. “Aqui a linguagem neutra cairia bem: ‘MinistrE foi afastadE’, assim não fica mal nem para LulE nem para JanjE”, publicou, na madrugada. A exemplo do marido, o senador Sergio Moro (União-PR), ela disse que os posts são feitos “através de um correspondente”.
Também o ex-juiz fez menção a Silvio Almeida: “O governo Lula acobertou denúncia de assédio sexual?”. Moro usou como imagem reprodução da notícia da colunista Mônica Bergamo, da Folha, desta quinta: “Ministra Anielle Franco relatou assédio de Silvio Almeida a integrantes do governo Lula”. Procurada pela coluna em junho, Anielle não confirmou nem negou o episódio, impedindo que o caso viesse a público naquela época.
VOZES
Outros que citaram o caso de Almeida nas últimas horas foram os deputados Mario Frias (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), em tons mais ofensivos. O mineiro gravou vídeo para comentar: “Nada como um dia após o outro. Sua voz aveludada não engana o Brasil. É muito bom estar do lado certo”. Um dos políticos mais ativos na plataforma desde a suspensão no Brasil, iniciada no dia 31, Nikolas comemorou, nesta quinta. “Mesmo com o X banido no Brasil, ganhei quase 60k novos seguidores em poucos dias. Os tiranos tentaram nos silenciar e acabaram espalhando nossas vozes para o mundo. A liberdade vence”, postou, em inglês.
BUSÃO
Parlamentares continuam a promover o 7 de Setembro, chamando para os atos deste sábado. “Essa é a minha equipe de gabinete, que está indo para São Paulo de ônibus para protestar contra o ministro Alexandre de Moraes e pedir seu impeachment. Fico até emocionado de ver minha equipe tão unida”, escreveu o senador Marcos do Val (Podemos-ES), também em inglês.
Outros que anunciaram os atos foram Mario Frias, o senador Izalci Lucas (PL-DF) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Tou postando aqui no X a partir dos Estados Unidos. Aqui, pode postar na plataforma X, e no Brasil não. Até um tempo atrás, esse negócio de VPN era coisa de venezuelano para fugir do regime e conseguir mostrar os protestos de rua”, disse em vídeo.
TRADICIONAL
Com Elon Musk, dono do X, mais dedicado à campanha eleitoral dos EUA do que ao Brasil nas últimas horas e sem novidades no perfil Alexandre Files, opositores do ministro Alexandre de Moraes se valeram de publicações de jornais e revistas tradicionais sobre o caso brasileiro para relacionar a suspensão do X a um ataque à liberdade de expressão. “Eu sei que as coisas parecem sombrias no Brasil, mas o mundo está observando e reagindo. A mídia, até mesmo a de esquerda, está denunciando o ditador Moraes”, escreveu, em português, o ativista Michael Shellenberger, com reprodução de artigos do Washington Post e da The Economist. Ele anunciou que estará em São Paulo nos próximos dias.