A pele da axila tem recebido mais atenção, refletindo uma maior preocupação com a saúde dessa área. Por ser uma região sensível, com glândulas sudoríparas e linfáticas, requer produtos suaves e que respeitem o equilíbrio natural da pele. A busca por desodorantes sem alumínio e métodos de depilação menos agressivos tem crescido, ajudando a evitar irritações, pelos encravados e outros problemas, como infecções ou odores excessivos.
“A pele das axilas é rica em glândulas sudoríparas apócrinas, que são responsáveis pela produção de suor. Essa região também apresenta um pH mais ácido do que o restante do corpo, o que a torna um ambiente favorável para a proliferação de bactérias que metabolizam o suor, motivo do odor forte e desagradável que surge nesse local. Além disso, é mais sensível e suscetível aos traumas causados pela depilação e atrito constante aos quais é submetida”, afirma a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Abaixo, confira algumas dicas de cuidados com a axila para a manter saudável e bonita!
1. Higienize a região adequadamente
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o suor, por si só, não é o responsável pelo mau cheiro das axilas. “O suor é inodoro, ou seja, não tem cheiro. O mau odor relacionado a transpiração ocorre, na verdade, pela decomposição do suor por bactérias presentes em regiões como axilas e virilha. É muito comum na adolescência, mas também pode ser agravado por situações como diabetes, alcoolismo e uso de certos antibióticos”, diz o Dr. Danilo S. Talarico, professor e pós-graduado em Dermatologia, Tricologia, Transplante Capilar (Cirurgia Capilar) e Medicina Estética.
Para lidar com o suor e mau cheiro, é importante então realizar a assepsia diária da região, de preferência com um sabonete bactericida, e secar bem as axilas com uma toalha após lavar. Remover o excesso de pelos do local também pode ser interessante para evitar o acúmulo de suor e sujeira.
2. Use um desodorante adequado
Para controlar o mau odor, além da higiene adequada, é recomendado também fazer uso de um desodorante, mas é importante tomar cuidado na hora de escolher o produto. Por exemplo, evite desodorantes que contenham cloridrato de alumínio na composição.
“O cloridrato de alumínio reduz a transpiração ao tampar a saída das glândulas sudoríparas. O problema é que, com isso, o suor fica retido na pele, o que pode causar consequências como miliária, irritações e alergias, além de prejudicar as trocas iônicas entre o ambiente e a pele“, diz a dermatologista Dra. Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Segundo a médica, como o suor não é o responsável pelo odor desagradável e, sim, as bactérias presentes na pele, o recomendado é evitar os produtos antitranspirantes e dar preferência para aqueles com ação antibacteriana. “Além disso, o ideal é que o desodorante não seja muito espesso. Prefira produtos líquidos em spray ou loção”, acrescenta a médica.
É indicado também optar por desodorantes hipoalergênicos e sem fragrância para evitar irritações. “Na dúvida, procure por opções mais naturais, formuladas a partir de ingredientes como óleos essenciais e extratos vegetais, como o Dermolan PG3 CAP, uma substância feita a partir de plantas que ajuda a controlar o odor corporal de maneira eficaz, pois age diretamente nas bactérias que vivem nas axilas, equilibrando o pH da pele da região para torná-la um ambiente menos favorável para esses microrganismos”, explica a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gestora técnica da Biotec.
Para prevenir o surgimento de manchas e o escurecimento da pele das axilas, dê preferência para o uso de roupas arejadas que não causem atrito na região axilar. “Isso porque o atrito frequente pode levar a um espessamento com consequente escurecimento da pele, o que, apesar de poder afetar qualquer pessoa, é especialmente frequente em quem possui alguma síndrome metabólica, como a diabetes“, afirma a Dra. Paola Pomerantzeff.
4. Hidrate a região
A pele das axilas, assim como a do rosto, precisa ser hidratada para evitar ressecamento, irritação e escurecimento. “Nesse sentido, é recomendado usar um desodorante hidratante ou aplicar, antes do desodorante convencional, um hidratante em creme, que pode ter propriedades calmantes ou clareadoras de acordo com suas necessidades”, acrescenta a Dra. Paola Pomerantzeff.
5. Atente-se ao tipo de depilação
Dependendo do tipo, a depilação pode causar agressões à pele sensível das axilas. Durante a retirada dos pelos com cera quente, por exemplo, perde-se cerca de 36% da pele. “Essa agressão gera, como resposta, um processo de hipercromia pós-inflamatória, em que a pele machucada produz uma maior quantidade de melanina, com consequente formação de manchas”, explica o dermatologista Dr. Abdo Salomão, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O mesmo ocorre com o uso das lâminas, que provocam um microtrauma ao retirar a camada natural de oleosidade que protege a pele. Então, para evitar manchas, o ideal é apostar na depilação a laser, que hoje pode ser realizada com menos sessões e dor.
6. Prepare-se para depilar
Independentemente do tipo de depilação escolhido, alguns cuidados são necessários para manter a saúde das axilas. “Ao se depilar com lâmina ou cera, é fundamental hidratar a pele para acelerar o processo de recuperação natural, assim evitando o escurecimento das axilas”, aconselha o Dr. Abdo Salomão.
Para garantir a eficácia e a segurança da depilação a laser, também é importante manter a pele hidratada antes do procedimento. “No dia da depilação a laser, certifique-se de ir com a pele limpa, pois alguns produtos contêm pigmentos que podem ‘confundir’ a ação do laser, resultando em queimaduras. Imediatamente após o procedimento, se necessário, podemos aplicar um creme de corticoide tópico para acalmar a pele. E, dependendo do laser utilizado, é recomendado também evitar a exposição solar e, se for preciso se expor, utilizar fotoprotetor com FPS 60 ou maior”, afirma a Dra. Paola Pomerantzeff.
Procedimentos feitos no consultório
A tendência de cuidado com a pele das axilas vai além dos cosméticos, alcançando também as clínicas dermatológicas. Procedimentos consagrados para o rosto e outras áreas de corpo têm sido cada vez mais utilizados também para o tratamento dessa região, ajudando a combater problemas como manchas, sudorese excessiva e até textura irregular. Veja algumas opções!
1. Microagulhamento contra sudorese
Além da já consagrada toxina botulínica, uma novidade para o tratamento da transpiração excessiva é a radiofrequência microagulhada Eletroderme XL (RF multilayer) da plataforma Megaderme Duo. “A transpiração excessiva é conhecida como hiperidrose. Efetivamente, é resultado da estimulação excessiva das glândulas sudoríparas”, explica o Dr. Danilo S. Talarico.
Com esse tratamento, é possível reduzir o suor da axila. “Para controlar essa situação, as microagulhas do MegaDerme Duo penetram profundamente na pele para liberar energia de radiofrequência nas glândulas sudoríparas, assim reduzindo sua população e, consequentemente, a produção de suor no local”, diz o médico.
2. Laser para clarear as manchas
Contra as manchas, o laser de picosegundos Quadri Pico é uma opção. “O Quadri Pico tem um comprimento de onda específico para essa ação que atua diretamente nos melanócitos para esvaziá-lo, ou seja, ele interage com os grânulos de melanina para destruir esse pigmento, clareando a pele”, diz o Dr. Abdo Salomão.
Por produzir efeito fotoacústico puro, sem aquecer a pele, há menor risco de ocorrer uma reação inflamatória que pode piorar as manchas. “Além disso, o Quadri Pico ainda afina a pele e melhora as dobras na região, conferindo um aspecto mais liso para as axilas”, acrescenta.
3. Bioestimulador de colágeno para melhorar o aspecto da região
Com o envelhecimento, devido ao surgimento de flacidez no braço, a parte superior da axila pode adquirir um aspecto enrugado, o que causa grande desconforto nos pacientes, especialmente ao utilizarem um biquíni ou regata. Mas, nesses casos, é possível apostar no bioestimulador de colágeno para melhorar a aparência do local.
“Os bioestimuladores de colágeno são substâncias injetáveis que geram uma inflamação controlada no local tratado, assim estimulando a produção de novas fibras de colágeno. Então, se realizarmos esse procedimento no braço e estendermos sua aplicação até essa parte superior da axila, conseguimos melhorar a firmeza, elasticidade e textura da pele da região, reduzindo o aspecto enrugado incômodo”, completa a Dra. Paola Pomerantzeff.
Por Paula Amoroso